O grande emagrecimento
Ando cansado destas redes. Vocês não? Pouco aparece nelas que ainda me impressione. O que é novo não é valioso, e o que é valioso já se conhece.
Ainda há algumas trocas sinceras, que nos vão aguentando. Umas novidades soltas de vez em quando, as felicidades, também as tristezas. Ficamos felizes pelos outros, aprendemos coisas juntos. Mas não está cada vez mais difícil aguentar a publicidade e o algoritmo?
Em Julho do ano passado, escrevinhei por aqui “tenho a sensação que as poucas relações sociais que hoje tentam escapar da lógica de consumo são menosprezadas ou vistas com desconfiança. Talvez por isso elas sejam a última rebeldia possível”. Ainda penso o mesmo.
Talvez eu tenha a mania de fazer as coisas da forma mais difícil. Muitas vezes não sei qual é a fácil. Na escola, sempre conseguia resolver os problemas de Matemática mais complicados e errava os simples. Deve ser do meu feitio.
O certo é que desisti de fazer o serviço às empresas que nos tratam como produtos ou comida para as suas IA’s. Esvaziei completamente o Twitter, apaguei — ainda apago — muita coisa no Meta. As coisas do Google são mais difíceis, mas querer é poder.
Vocês não repararam neste emagrecimento, e fizeram muito bem. Por que haveriam de ter reparado? Vocês têm coisas mais importantes em que prestar atenção. Eu também.
Agora criei este espaço. É limpo. Não tem publicidade ou algoritmos. É feito com um template simples de Hugo, que aprendi a usar vendo tutoriais.
Aqui vou publicar pelo menos um texto por semana. Não vou abandonar as redes sociais por completo: usá-las-ei para compartilhar, claro. Mas não vou mais entregar a minha biografia de mão beijada a alguém que a vai usar para me vender anúncios.
“Post to your Own Site, Syndicate Everywhere”: POSSE.